sábado, 30 de maio de 2009

Hidroxila na Ponta da Cadeia.

... e era o último ponto final. Nem ver. Desperdiçar a chance de aproximação, sendo necessária ou não. Uma vontade amazônica de não me ver. Amazônica. Invisivelmente enorme, em princípio, mas que foi desmatada... Acre por acre. Galho por galho, cada folha. E quando pensei chegar no cerne do obscuro rubro de sua ex-mata, e quando pensar que tudo estava claro, eis que árvores virtuais dez vezes maiores surgem. Uma multidão de seres ex-curos prolongam a distância ao infinito e, agora, o ponto era meu, afinal. A incompetência era minha, a incapacidade de aproximação, a decepção, a frustração. Eu não conseguiria, não consegui.
Como seguí.
Como Johnnie, continuei. Apesar do concreto irreal que insistia ao existir, e não parar. Parou, quando o tornei simplesmente. Quando o tomei, simplesmente.
Rubens Salomão.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A Dura Vida de Quem não Bebe Coca

É foda. Aparentemente todos acreditam no ditado popular: “gosto não se discute”, mas fica só no aparente. Não se discute em até certo ponto. Saia com os amigos e estrague o plano clichê de pedirem uma dois litros pra ver. Alguém pergunta sem nem esperar o iminente sim coletivo: “Coca, né? Dois litros?”, e você se prepara mentalmente, se sente forte e assume como é: “Eu não bebo Coca.”

Parece que o tempo pára. O garçom e todos da mesa em que está sentado e os das outras mesas e quem estava passando pela rua e até o urso branco lá do pólo norte que adora viver o lado Coca-cola da vida ficam paralisados. Em coro o mundo pergunta: “COMO ASSIM VOCÊ NÃO BEBE COCA??”. O sábio ditado popular não existe mais nem na teoria. O que se discute agora é o gosto.

Ilógico, incoerente, impossível não gostar. A discussão acontece regada a coca para todos e a qualquer outra coisa para mim, quando algum ‘iluminado (a)’ tem o lampejo e diz resolvida a questão: “é que você é contra o capitalismo, né? Imperialismo e ‘american way of life’... você também não come no McDonald’s. Eu sei!”. Com toda a calma que consigo ter explico que não é nada disso; simplesmente não gosto de refrigerantes sabor cola, principalmente de Coca, que é o pior deles.

Sou goiano e não gosto de pequi. Terráqueo e não gosto de coca. Mas vivo bem! Não se preocupe, sou normal, só não sou comum. Não é fácil fugir da norma, mas a gente, com inventividade e persistência, consegue. Brindemos!